Duas jovens, de 13 e 14 anos, foram salvas pelo guarda-nocturno que presta serviço em S. Bernardo, momentos antes do apartamento que habitavam, junto às ruas Cega e João Lopes, ser tomado pelas chamas.
O fogo, que destruiu o terceiro andar do lote 6 da Urbanização Alto de Urse, e que se presume tenha sido provocado por um curto-circuito num cobertor eléctrico, foi detectado às quatro horas da madrugada de ontem por Cirilo Oliveira, o guarda-nocturno, de 27 anos, que presta serviço em S. Bernardo. Foi Cirilo, bombeiro em Vagos, que alertou os bombeiros e os moradores do prédio."
Andava a fazer a ronda e começou a cheirar-me a plástico queimado, fui pela frente e por trás do prédio e comecei a ver labaredas", contou, ao JN, Cirilo Oliveira. Nessa altura, deparou com duas mulheres à janela a pedir ajuda. Uma era a locatária do apartamento que estava a arder, a outra era uma vizinha.
Ambas saíram pelos seus próprios meios. "Depois, fui buscar as duas miúdas que estavam na sala do apartamento que estava a arder", lembra Cirilo Oliveira.
"Havia muito fumo e elas estavam um pouco aflitas", frisou, salientando que minutos depois o apartamento ficou tomado pelas chamas. "Graças a Deus que deram pelo fogo, caso contrário teria sido uma tragédia", observou.
As duas corporações de bombeiros da cidade combateram o incêndio até às sete horas da manhã, com sete viaturas e duas dezenas de elementos, tendo havido necessidade de recorrer a dois autotanques, já que tiveram problemas com as "bocas de incêndio".
Mário Pinho, um dos moradores da Urbanização, que ficou com o seu apartamento inabitável dada as infiltrações de água, diz que só quando o incêndio estava praticamente extinto as bocas de incêndio funcionaram com a chegada de elementos dos Serviços Municipalizados.
Também o seu vizinho Alejandro Almeida não ganhou para o susto. "Acordei às quatro da manhã a baterem à porta", disse.
Os Bombeiros voltaram ao apartamento destruído pelo fogo, ao princípio da tarde, dado algumas roupas estarem a fumegar. As duas jovens e a mãe, assim como a vizinha, foram realojadas em casa de familiares.
