Vinte e cinco anos ao serviço da cidade

Publicada por Carlos Tendeiro | quarta-feira, março 19, 2008

Joaquim Silva tem dedicado a maior parte da sua vida a proteger os outros, colocando em risco muitas vezes a sua própria segurança, o que já lhe valeu um louvor do Comando Distrital da PSP.

No bairro do Liceu todos o conhecem. Joaquim Silva, casado, pai de 6 filhos, nascido e criado em Troino, faz este ano 25 anos ao serviço da cidade como guarda-nocturno na freguesia de S. Julião. Tem no seu curriculum vários louvores e reconhecimentos, em particular um louvor que lhe foi atribuído em 11 de Setembro de 1997, pelo então Comando Distrital da PSP, em que se pode ler “…deu origem a várias participações de ocorrências, como a captura de cerca de duas dezenas de indivíduos, alguns dos quais com largo cadastro, por furtos diversos; tendo ainda colaborado na captura de outros indivíduos, e na recuperação de diverso material e viaturas furtadas…” (transcrito da O.S: nº 106, de 11SET97 Pág.5 Artº.9º - Guarda-nocturno: Louvor, do C.D. da PSP.)

Joaquim Silva, em conversa, confidencia que a sua relação com o Comando da PSP é de colaboração mútua, em particular com a Subintendente Canelas, a quem conhece desde a sua nomeação como Chefe de Esquadra há 12 anos, e também com o Subcomissário Carolino, cuja relação de amizade e profissionalismo dura desde que se tornou “vigilante da noite”.

Na sua profissão nem tudo são “rosas” e algumas agressões que sofreu já lhe valeram internamento hospitalar. Sem vencimento fixo, pois vive do que lhe querem “dar” os moradores e comerciantes (que não são obrigados a tal), vê-se exposto a situações por vezes difíceis. Lembra a que ocorreu quando se deslocava de autocarro para levantar a sua arma na 1ª esquadra, o que é normal e habitual neste serviço, e se apercebeu de três delinquentes a tentar roubar um veículo, isto por volta das 19 horas. Fez parar o autocarro e mesmo desarmado, dirigiu-se aos “ladrões” que, nada intimidados, ainda o agrediram selvaticamente atirando-o para uma cama por cerca de um mês. Para regozijo do próprio, vale o facto de os delinquentes terem sido detidos.

A sua maior tristeza reside no conhecimento de que se poderia melhorar a segurança da cidade, licenciando mais guardas-nocturnos. Diz que candidatos não faltam, faltando isso sim os licenciamentos, da responsabilidade da Câmara Municipal. “O Setubalense” sabe que este assunto é também uma preocupação da Associação de Comerciantes de Setúbal, que através do seu representante Joaquim Milho, já expôs esta situação aos autarcas setubalenses, mas que no entanto, tarda em encontrar resposta, numa altura em que muito se fala e diz sobre a segurança de pessoas e bens nesta cidade.

Joaquim Silva sente uma grande tristeza por não conseguir estar em todo o lado ao mesmo tempo, devido ao aumento significativo do bairro do Liceu.

Para terminar e a título de brincadeira, algo que é sua característica, diz estar pronto para continuar por mais 25 anos ao serviço desta cidade que o viu nascer e que, apesar de tudo o que se tem passado com o aumento da criminalidade, não trocaria por nenhuma outra. Por parte deste jornal desejamos-lhe as maiores felicidades por mais esses ambicionados 25 anos, conforme desejo de todos.