Contrato Local de Segurança para mais vigilância na cidade
Publicada por Carlos Tendeiro | sexta-feira, junho 19, 2009 Para combater a criminalidade nas Caldas da Rainha, a Câmara Municipal candidatou-se a um pacote de medidas no âmbito de um Contrato Local de Segurança que pretende celebrar com o Estado.Sucessivos assaltos às lojas das Caldas da Rainha estão a deixar indignados os comerciantes, que exigem medidas para travar a onda de criminalidade e há quem pense em reunir milícias se não forem tomadas acções para proteger os estabelecimentos.
É reclamada uma intervenção com o envolvimento da Câmara. Polícia municipal, guardas-nocturnos, vigilantes municipais…que respostas pode dar a autarquia? O vereador Tinta Ferreira revelou que a Câmara candidatou-se junto do Governo Civil de Leiria para celebrar um Contrato Local de Segurança para concretização de algumas medidas.
“Está a ser feito com a PSP um levantamento da situação para fundamentar a candidatura”, referiu o vereador, indicando que existem “dois objectivos essenciais” – “o reforço dos efectivos policiais e a possibilidade de existência de videovigilância na zona central da cidade”.
No pacote de medidas está incluído um parque de segurança rodoviária, relacionado com a sinistralidade nas estradas.José Moniz, proprietário da Perfumaria Central, assaltada duas vezes nos últimos meses, encabeça os protestos contra a falta de segurança e já reuniu com a associação comercial para ser definida uma estratégia.
“Tenho estado a pernoitar no meu estabelecimento, porque fui assaltado há pouco tempo e vejo os meus colegas serem assaltados. Qualquer dia se tenho a infelicidade de encontrar um ladrão dentro da loja mato-o”, manifestou.
“Os comerciantes têm de tomar uma posição, se vamos formar milícias, contratar guardas-nocturnos ou agir individualmente, porque não podemos continuar impávidos a aguardar. Se ninguém toma providências, qualquer dia vou colocar uma placa grande na minha montra a perguntar aos ladrões quanto querem para não me roubarem”, desabafou.
“É a mercadoria roubada, a casa fechada, os prejuízos, seguros cancelados”, lamentou o comerciante.A insegurança na cidade foi um tema discutido no fórum político “Pontos de Vista”, da rádio 94.8 FM. Para Manuel Isaac, do PP, “há pouco policiamento na parte central da cidade”. Por outro lado, “a falta de luz na cidade promove os assaltos”.
O também candidato à Câmara das Caldas tem dúvidas se a existência de guardas-nocturnos será solução. “Em tempos houve dois. É para andarem de um lado para o outro com as mãos nos bolsos, sem poderem andar armados e serem carne para canhão?”, interrogou, pretendendo clarificar os limites de actuação impostos pela legislação.Vítor Fernandes, do PCP, sustentou que o facto da esquadra da PSP não estar no centro da cidade “facilita esta situação de insegurança”.
“Defendemos que jamais devia ter saído da Praça da Fruta e que devia ser encontrado ali um sítio onde se mantivesse uma esquadra e não fazia mal que houvesse outro posto no Bairro da Ponte para além da esquadra nova”, manifestou.
Manuel Nunes, do PS, considerou que a falta de iluminação “é determinante para permitir que as pessoas sejam mais atrevidas e cometam mais assaltos a partir da meia-noite”.
Também achou que “não tem lógica colocar o quartel da GNR e da PSP juntos num local”.
Tinta Ferreira, do PSD, discordou, frisando que a instalação da PSP foi devidamente pensada para ficar junto dos quartéis da GNR e dos Bombeiros.
Quanto à iluminação, culpou a EDP por não estar a cumprir o contrato com a autarquia. Também revelou que há cerca de 30 agentes a menos do que devia haver na esquadra da PSP.