Segurança: Agentes da autoridade e do socorro desfazem viaturas no autódromo

Publicada por Carlos Tendeiro | sexta-feira, julho 31, 2009

Cerca de três dezenas de polícias, militares, bombeiros e guardas-nocturnos simulam hoje o papel de ladrões em fuga com automóveis às autoridades, tudo para treinarem técnicas de condução em segurança no Autódromo do Estoril. Os agentes de diferentes autoridades chegaram há dois dias ao Estoril e já treinaram travagens, 'peões', derrapagens, abalroamentos, despistes, ultrapassagens, fugas e desvios de obstáculos, tudo para uma condução mais segura para todos.A posição de condução é das primeiras matérias ministradas, bem como os efeitos musculares no corpo humano de choques externos, com várias aulas teóricas e aplicação prática enquanto vários carros no autódromo são destruídos.Os agentes têm em comum pertencerem a forças e serviços de segurança, além de organismos de socorro, condição indispensável para poderem frequentar o curso do Centro de Técnicas Policiais, pago pelos agentes porque as instituições não ministram condução ofensiva e defensiva a quem pretende, só a unidades especiais, explicou o formador Humberto Alvão.Os alunos começaram por aulas teóricas em sala, mas testando logo no primeiro dia os ensinamentos em viaturas que se vão desfazendo cada vez que um condutor treina uma manobra evasiva ou abalroa uma viatura em fuga.Os pneus dos carros deitam fumo, com o cheiro a borracha queimada associado, devido a manobras bruscas e a alta velocidade em "contorno de pinos que simulam obstáculos", explicou também o monitor Alvão, à medida que os condutores passavam em frente aos restantes alunos que seguiam com a máxima atenção as manobras.O Centro de Técnicas Policiais (CTP) utiliza "viaturas oferecidas por cidadãos, geralmente abandonadas na via pública", que são arranjadas para os alunos as partirem durante os treinos de "polícias e ladrões", referiu ainda o agente Alvão, da Polícia Municipal de Lisboa.O Centro, que é propriedade do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), oferece por cerca de 180 euros as técnicas de condução avançada, evasivas e ofensivas adaptadas à circunstância e em vários tipos de terreno, desde a auto-estrada à condução com obstáculos em terra, explicou Armando Ferreira, presidente daquela organização sindical.O bombeiro voluntário António Dominguinhos, de Cacilhas, que está no curso por convite do CTP, considera da máxima importância este tipo de formação porque, enquanto chefe, "conduz desde ambulâncias a viaturas de combate a incêndios" e algumas das técnicas ministradas permitem-lhe "evitar acidentes".O voluntário reforçou que vai "transmitir o que aqui aprendeu aos outros companheiros", para permitir conduzir rápido, para os casos de urgência, mas em segurança para ele e para os outros.