Nos distritos de Lisboa, Faro e Leiria, a PSP mandou recolher, na última semana, todo o equipamento "coercivo: algemas, cassetete, apito e cinturão" dos guardas--nocturnos, disse ao DN o presidente do Sindicato Nacional dos Guardas-Nocturnos (SNGN). A decisão "apanhou de surpresa" os profissionais que "desde o ano passado andam desarmados porque o Departamento de Armas e Explosivos da PSP, que superintende nesta matéria, deu orientações para não nos ser entregada a arma de serviço, como vinha a suceder desde 1940", contou o dirigente.
Com estes constrangimentos, "os potenciais clientes afastam-se e fica a porta aberta para as empresas de segurança. Como sucede em Estarreja, onde é uma empresa privada que faz as rondas na via pública". A autarquia e a Associação Comercial de Sever do Vouga, Estarreja, Murtosa e Albergaria (SEMA) assinaram um protocolo para um serviço de rondas móveis com a Prosegur. A Deliberação 203/2009 da autarquia transfere para a SEMA parte das verbas relativas ao custo. O serviço, que tem custo mensal de 10 euros para quem aderir, é ainda pago com verbas municipais, transferidas para a SEMA. Mas para Carlos Tendeiro é uma "situação ilegal, estando a Prosegur a desempenhar as funções que competem aos guardas-nocturnos porque não pode exercer vigilância na via pública".
A questão do "desarmamento dos guardas-nocturnos e a vigilância na via pública, feita por empresas privadas", desencaderam até já um pedido de reunião no Minis-tério da Administração Interna.