
Apesar de o regulamento municipal da actividade de guarda-nocturno ter sido anteontem à noite aprovado na reunião da Assembleia do Porto, com os votos desfavoráveis da CDU e a abstenção dos deputados do PS, Sampaio Pimentel, vereador das Actividades Económicas, admitiu rever as regras dos profissionais - que continuarão a auferir salários variáveis -, nomeadamente, explorando a possibilidade de poderem ser remunerados através da Associação de Comerciantes. "Fá-lo-ei a bem de uma situação menos gravosa para os guardas", justificou, depois de acolher a sugestão de Artur Ribeiro, da CDU. O deputado comunista discorda da "remuneração voluntária" para funcionários que "têm que pagar a sua própria farda", que "prestam um serviço relevante à cidade e que depois têm que mendigar dinheiro", uma vez que os comerciantes só lhes pagam o que entenderem. "São pedintes fardados", definiu, recordando a solução avançada pelo antigo vereador do actual Executivo Fernando Albuquerque, que previa a garantia de um salário mínimo assegurado pela Associação de Comerciantes. "O Porto tem 12 guardas- -noturnos que fizeram a sua história pela relação de confiança com os comerciantes. Hoje, já não é assim. E quando estamos a gerir recursos públicos temos que ter cuidado com o sítio onde aplicamos o dinheiro. Havendo um vínculo dos guardas à PSP, onde vão buscar as armas, faria sentido que, a haver remuneração, fosse feita pelo Estado. Mas estou disponível para estudar outras possibilidades", voltou a insistir Sampaio Pimentel. José Castro, do BE, criticou a obrigatoriedade de os guardas "celebrarem um contrato de seguro civil, que nem existe disponível nas seguradoras."