A falta que faz um Guarda-Nocturno

Publicada por Carlos Tendeiro | segunda-feira, julho 16, 2007

O assalto à mão armada segue-se a quatro furtos no restaurante, todos no espaço de dois meses, entre Maio e Junho, sempre com arrombamento do vidro da montra, com ‘paralelos’. Ao todo, já causaram um prejuízo de três mil euros, só na colocação de vidros à prova de calor, segundo afirmou o comerciante, sublinhando, poucas horas depois do último roubo, que “o pior foi ontem”.José Gonçalves acabara de sair do restaurante com a mulher, pouco depois da meia-noite e, como habitualmente, subiam a Rua do Bonjardim, quando, “de repente” foram cercados por três homens. Um deles apontou- -lhe logo uma pistola à cabeça, exigindo todo o dinheiro e os cartões de crédito.“Enquanto o mais velho, dos seus trinta e poucos anos, com a pistola, me obrigava a ter a cabeça sempre virada para o lado, para não lhe ver a cara, os outros dois meliantes, que tinham pouco mais de vinte anos, revistaram-me os bolsos e arrancaram a carteira à minha mulher, que era onde tinha quase todo o dinheiro, aí uns 1200 euros”, explicou José Gonçalves, o dono do restaurante Pedro dos Frangos. De acordo com o comerciante, “foi tudo muito rápido, junto ao Palácio dos Correios, onde tinha o carro parado”.Herdeiro do Pedro dos Frangos, José Gonçalves, que trabalha há 45 anos no centro do Porto, lamenta “a falta de segurança na Baixa, onde entre a meia-noite e as 05h00, ninguém vê aqui um polícia a pé. Eles passam de carro e assim não reparam no pormenor”.“Deixou de haver polícias de giro e, se estivesse um agente neste cruzamento, vigiava várias ruas e os meliantes não me conseguiam roubar à descarada”, confidenciou a vítima, garantindo que a partir de agora vai andar sempre armado, “porque não há quem nos defenda”.“Não há guardas nocturnos e ficamos entregues à nossa sorte”, disse José Gonçalves, assegurando que vai renovar a licença de uso e porte de arma.
No Porto os Guardas-Nocturnos sofrem com a falta de aderência aos seus serviços, estando gradualmente a acabar os que restam, se as pessoas contribuirem, muitas destas situações poderão ser resolvida.