Toque o clarim a reunir!

Publicada por Unknown | terça-feira, abril 05, 2011

É a primeira vez que escrevo, fora do “habitat” dos meus blogues, nas páginas de uma Associação.
Ao fazê-lo, na ASPGN, convidado que fui para o efeito, para o Boletim de Março, faço-o por querer, de uma forma consciente e determinada.
Quem me conhece verdadeiramente, sabe que sou um indivíduo de convicções firmes e que não hesita, seja em que cenário for, ou perante quem quer que seja, em dar os nomes certos ao que tiver que ser, em assumir posições pouco simpáticas ou discordantes e em dizer sim quando ache certo e não, quando discorde, mesmo que isso desagrade ou não seja até aceite.
Não sou um indivíduo de virar as costas a nenhum desafio e prezo-me de enfrentar o dia-a-dia de acordo com o que acredito.
Estou, desde 2003, ano que marca o momento zero da nossa involução, na linha da frente deste combate em que se decide a nossa sobrevivência enquanto Classe. Fui uma das primeiras vozes a chamar a atenção dos demais para a necessidade de nos unirmos, de ultrapassarmos pormenores associativos, de pensarmos e de criarmos atitudes que fizessem a diferença.
Havia e há urgência de se tomarem posições claras, inequívocas e determinadas em prole duma profissão que, embora muitos dos que com quem falava, duvidassem ou relactivassem, se impunham como inadiáveis.
Desde cedo, nas trincheiras da individualidade do que em cada um de nós é a diferença, e que faz o colectivo mais rico, tive oportunidade de conhecer o Carlos Daniel Tendeiro e o José Santos, que hoje, conjuntamente com outros colegas, tornaram possível a ASPGN.
Tivemos algumas iniciativas em consonância, trocámos muitas vezes documentos e ideias, concordámos, discordámos e assumimos algumas vezes posições diferentes e que nos opunham, assim como a outros, que fazem parte do nosso histórico mas, na riqueza desse debate permanente, houve sempre algo que disse e mantenho: são duas das pessoas mais capazes, decididas e entusiastas com quem já compartilhei esperanças, desilusões e anseios sobre esta actividade profissional que abraço com orgulho há já 20 longos anos.
No que concerne particularmente ao Carlos Daniel e sem menosprezar o José Santos, bem pelo contrário, é alguém que vi inequivocamente crescer como indivíduo e como Guarda-Nocturno, assumindo-se de forma convicta como líder de uma ideia associativa e como um dos Guardas-Nocturnos mais capazes de o fazer ( e, infelizmente, não conheço muito que o possam ombrear, o que sem dúvida tornaria esta dialéctica mais rica ).
Assim, a ASPGN e os dois nomes de que falo, foram, definitivamente nos últimos oito anos, das vozes de quem mais levantou e bem alto a situação e as questões dos guardas-nocturnos em Portugal, pondo em causa o que era necessário pôr e isso, quem se assumir como isento e verdadeiro, não será capaz de discordar fundamentadamente, mesmo que, eventualmente, possa não concordar com tudo o que foi dito ou feito.
Hoje, porém, a actual situação que se nos apresenta, impõe-nos um novo e mais importante desafio: a verdadeira sobrevivência da Classe dos Guardas-Nocturnos!
Nenhum outro foi tão importante.
Hoje, mais do que qualquer outra questão, está em causa o que sempre definiu e caracterizou cada um de nós como Guardas-Nocturnos: o de sermos cidadãos encarregues de um serviço público, numa determinada área que patrulhamos, independentemente de quem nos paga.
Este é o momento, em que, ou seremos capazes de fazer a diferença ou perderemos definitivamente o Futuro.
Hoje, a hora já não é mais de defendermos as cores do “nosso grupo”.
Hoje, a hora é de Quórum, de nos juntarmos numa plataforma consensual, de nos unirmos a uma só voz ( associações, associados desta ou daquela associação e guardas-nocturnos no geral)!
A ASPGN e os seus timoneiros serão decerto capazes, por si e conjuntamente com todas as associações e com todos os guardas-nocturnos, de não deixar cair a bandeira e de salvaguardar esta actividade profissional.
Eu, como tantos outros ( e precisamos de ser todos ) cá estarei, com todos Vós, como sempre, disponível e empenhado para essa caminhada, não prescindindo nunca do livre arbítrio e do direito à opinião, em prole de todos.
Existir para Servir foi, é e será, um dos lemas dos Guardas-Nocturnos: os Homens que através dos séculos, em Portugal e no Mundo, Guardam a Noite! ( não de alguns, mas de todos em geral).
Honra e Mérito!
José Medeiros