Aveiro é uma das cidades do país com maior incidência de criminalidade, segundo a Deco. Governador civil e presidente da câmara desvalorizam os números. Um estudo da Deco Proteste, publicado na revista do mês de Dezembro, indica que a cidade de Aveiro possui uma incidência de crimes da ordem dos 27 por cento. O governador civil não percebe porquê: “compulsado o número de ocorrências participadas no distrito, desde 1 de Janeiro do corrente até à data, constata-se uma variação de menos 4,7% no número total de ocorrências, face a igual período de 2006, merecendo ainda especial destaque a variação de menos 7,3% no que diz respeito ao índice de criminalidade violenta”. Ao DIÁRIO AS BEIRAS, Filipe Neto Brandão salientou que se pode dizer que o distrito de Aveiro assiste, desde 2004 inclusive, “a uma tendência decrescente e contínua na criminalidade registada. Aliás, importa referir que, no ano de 2006 (face a 2005) a variação registada fora ainda maior do que a acima indicada, atingindo mesmo os (-) 13,4 por cento”.Quanto à capital de distrito, “acompanha a tendência distrital”. Em Aveiro, a participação por furtos de viaturas desceu de 476, no ano de 2002, para 216, no ano de 2006, enquanto que o número de participações por furtos no interior de viaturas desceu de 864, em 2002, para 277 em 2006, do mesmo modo que as participações por crime de dano diminuíram de 165, em 2002, para 121 no ano de 2006”, precisa, sublinhando: “a objectividade dos números que confirma que a criminalidade no distrito, e cidade, de Aveiro está não apenas contida mas, mais do que isso, em contínua regressão desde há quatro anos a esta parte”. Daí que “desconheça” qualquer estudo que “possa sustentar conclusão diversa, sendo certo que, a existir, esbarraria sempre com a realidade que acima vem descrita”. “Mais um estudo”Élio Maia, por seu turno, admite que o concelho de Aveiro tem algumas características que poderiam justificar, em parte, esses números mas o estudo “não tem”, para a autarquia, “nenhum significado que não seja mais um estudo”. O autarca considerou, mesmo, que a análise anual dos números da PSP e da GNR “são mais fiáveis e permitem uma análise correcta do fenómeno em Aveiro”. Salientando que Aveiro é servido “com excelente vias de comunicação (comboio e auto-estrada), uma universidade e bairros sociais com alguma idade”, com facilidade, como já foi “referenciado pelo comandante distrital da PSP”, a pequena (e a grande criminalidade) do Porto “se desloca para a cidade, como aconteceu no passado”. Também fenómenos relacionados com a toxicodependência “poderão ter alguns focos na região”. Contudo, esclareceu que a autarquia possui “formas e meios de sentir o sentimento generalizado dos munícipes, que é considerarem uma cidade calma, segura e com poucos problemas de criminalidade violenta”. Na opinião do autarca “a verdade” é que os números, que a câmara possui, “também demonstram um forte trabalho da PSP, GNR e PJ, cuja delegação de Aveiro é excelente”.
Lembrando que a câmara pode actuar “a montante e a jusante do problema”, Élio Maia salientou a aposta “numa integração e num trabalho continuado nos bairros sociais”. Numa cidade média como Aveiro, as estruturas policiais, Governo Civil, autarquia e guardas-nocturnos “são actores fundamentais,” que prestam um serviço de proximidade, pelo que Élio Maia não esquece que o fundamental “é que tenham meios”.
Números:
O estudo da Deco Proteste, diz que a incidência de crimes, em percentagem, entre 2002 e 2006, foi de 46,2 por cento. Já no ano de 2006, a percentagem é de 29 por cento, apesar de os aveirenses, em inquérito de rua, mostrarem que, na globalidade, a sua percepção de segurança é de 75 por cento.
Editor deste bloq, questiona ao Sr. Élio Maia, o facto de os Guarda-Nocturnos ainda estarem desarmados, e qual as Deligências que já fizeram, para ser cumprida a lei?